domingo, 14 de outubro de 2012

Uma breve reflexão sobre Religião, Política e Valores

Luz do Mundo ?


Debatendo com um amigo sobre religião e posicionamentos na política, disse que meu entendimento é que vivemos em um país livre onde cada um de nós tem ao mesmo tempo o direito e o dever de participar do processo eleitoral responsavelmente. Ou seja, deixar de exercer este dever, ou permitir que outrem adentre em seu direito de análise política livre é ao mesmo tempo uma ação contra a lei e imoral.

Ele me rebateu, "Mas a Fé é maior do que a Lei por isso eu seguirei as diretrizes da religião”. Esta assertiva pode ser perigosa, pois em nome da fé, já se viu atrocidades na humanidade.

Fui para casa pensando sobre o assunto, e concluí que a intenção seria de afirmar que as coisas espirituais são mais altas que as coisas materiais. Descamando em meu raciocínio e cheguei no cerne da questão, concluí que na verdade as coisas espirituais, transcendem, são íntegras, morais e alinhadas com a natureza divina que é perfeita, logo uma ação de fundo espiritual sempre será legítima, já uma ação de fundo religioso nem sempre.

Há um perigo que é o de confundirmos valores espirituais (miram a natureza divina) com valores religiosos (que miram a instituição religiosa).

Nestes termos poderíamos parafrasear, remodelando a citação deste meu grande amigo, com esta minha frase..."A Justiça é Maior que a Lei" pois a justiça é um dos valores que apontam para o criador, visto que um dos seus atributos é que Ele é justo e a justiça por excelência.
Para representar esta natureza perene que penetra toda a criação, os homens fazem as leis. Uma lei que não aponta para a Justiça é uma lei doente.

Muitas vezes no meio religioso, fugimos desta base fundamental e nos mobilizamos “em nome da fé”, contudo, estou convicto, que a fé somente é saudável quando está em harmonia com a natureza de Deus, e a identificação de Deus está em seus atributos, se desviarmos desta rota, iremos sozinhos (2Tim 2.13).

Uma fé doente, segue o que lhe é dito, sem qualquer ponderação sobre a natureza de Deus. Tal fé é manipulativa, distorcida e produz verdadeiras aberrações dogmáticas. O parâmetro para analisar estas questões é Jesus, o seu modelo sempre aponta para os valores espirituais mais altos (que são a marca do Reino de Deus) – Por exemplo Mat5.27-28 , e por estes valores inegociáveis ele caminhava, curava, ensinava e vivia.

Quando foi necessário, Jesus enfrentou aqueles que somente viam na religião fonte de riqueza (João 2.15), não respeitou reis quando os mesmos tentaram impor seu poder sem uma base legítima (Luc 13.31-33), nem ficou deslumbrado diante de palácios.

Jesus se pautava por valores mais altos, o cerne dos seus ensinamentos de conteúdo podem ser vistos em : Mateus 5 e Mateus 6

Aplicando estes princípios neste momento político que temos a frente, vejo claramente que, precisamos ponderar bem, refletir qual é o papel último da política, que em síntese é “o bem comum”.
Sabendo que uma política em linha com a natureza de Deus, traria equidade e justiça social. Suas preocupações seriam servir os outros e respeitar os recursos públicos. Fazer política em linha com valores espirituais é respeitar o próximo e ser íntegro com o erário.

Pensar política considerando os valores do Reino de Deus é entrar num meio de tendência corrompida e influenciá-los, temperá-los, iluminá-los, sendo Sal da Terra e Luz do Mundo (Mat 5.13) A igreja dos cristãos não precisa de representantes políticos para protegê-la (Mat16.18), mas os vários representantes políticos desta nação precisam estar em contato com Cristãos de verdade (Mat5.16)

Bom seria se tivesemos verdadeiros Cristãos em todos setores, na educação, na indústria, na economia, na cultura, na saúde e na política. Existem muitas motivações, muitos passarinhos e belas flores, que precisamos aprender a descartar hino 36 da harpa. Não são os tapinhas nas costas, ou o sorriso sedutor, ou o email, sms, a cartinha ou faixa na data de aniversário, não é o carro de som, a história política, as pesquisas de opinião, longe de ser a promessa de emprego na cidade, ou o contrato de venda. Não, nada disso irá nos distrair. Queremos coisas verdadeiras e motivos nobres, precisamos aqui ser uma extensão do Reino de Deus e mostrar que ele, o Reino, já chegou (Mat.6.33)

Reinaldo Santos
www.facebook.com/reinaldobarueri
Esta publicação é parte integrante da Monografia apresentada no CPAJ Mackenzie SP


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Reinaldo Santos :  mini CV abaixo.
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Doutorando em Ministério - Mackenzie CPAJ SP    
Ministro de Evangelho - Assembléia de Deus Min.Belém SP  
Membro votante de CGADB
Engenheiro c/ MBA
Palestrante e Intérprete - CPAD
Docente - Instituto Haggai
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