sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL - EBD


LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL


Os textos bíblicos estão na versao NTLH (quando outra versão é usada, a mesma é citada)

Introdução

Vimos na lição anterior (1 Reis 17.1) que o profeta Elias profetizou que haveria uma grande Seca em Israel (no reino do Norte).
1Rs 17:1 “ Um profeta chamado Elias, de Tisbé, na região de Gileade, disse ao rei Acabe: —Em nome do SENHOR, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo, digo ao senhor que não vai cair orvalho nem chuva durante os próximos anos, até que eu diga para cair orvalho e chuva de novo”

A característica desta Seca a diferenciava do fenômeno climático conhecido por Estiagem, visto que a Estiagem (falta de chuvas) é um fenômeno de efeito temporário enquanto a Seca é um fenômeno de falta de chuvas por longo tempo,  podendo durar até mesmo muitos anos.
“A Bíblia explica a Bíblia”, este é um dos pilares da Hermenêutica. Considerando-se tal princípio, vemos que o motivo de esta seca em Israel foi sobrenatural,  conforme Tgo 5:17  “O profeta Elias era um ser humano como nós. Ele orou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e meio não choveu sobre a terra”  e neste evento,  Deus soberanamente pune, com o objetivo de trazer para a rota desejada, o seu povo. O Rei neste período era Acabe, que conforme vimos na primeira lição, casou-se com Jezabel (da Fenícia) e ambos agravaram a apostasia do povo de Israel (10 tribos).

I -) O Porquê da Seca


1-) Disciplinar a Nação

O Povo fenício (que vivia ao norte de Israel),  país costeiro do mar Mediterrâneo, montanhoso, de difícil agricultura,  tendo desenvolvido o comércio marítimo como principal atividade econômica, era um povo profundamente politeísta, constando em seu portfólio de deuses: Adônis, Amon, Astarte, Baal Safon, Baalat Gebal ("Senhora de Biblos"), Baal Shemen (consorte de Baalat Gebal), El, Eshmun, Hail, Ísis, Melcarte, Osíris, Shed, o venerávelReshef (Reshef da Flecha), YHWY,  Gebory-Kon. Também há registro de outros deuses, como Chusor, Dagon, Eshmun-Melcarte, Milkashtart, Reshef-Shed, Shed-Horon e Tanit-Astarte
Os fenícios conservavam ritos bem arcaicos, como a prostituição divina e o sacrifício de crianças (em particular dos primogênitos) e de animais. A maioria dos rituais religiosos eram feitos ao ar livre.
Assim, oriunda desta cultura idólatra, Jezabel (pincesa fenícia), casa-se com Acabe (Rei de Israel) e este adota, dentre outros costumes, o culto a Baal.Naquele período haviam nomes diferentes para a mesma divindade, o Baal (que significa Dono, senhor, soberano) introduzido pelo rei Acabe ao povo foi Baal-Melkart.
Pois bem, considerando-se que o Reino do Norte havia desde Salomão se afastado de Deus.

1Rs 11:3 “ Salomão casou com setecentas princesas e também teve trezentas concubinas. Elas fizeram com que ele se afastasse de Deus
1Rs 11:4  e, quando ele já estava velho, fizeram com que o seu coração se voltasse para deuses estrangeiros. Ele não foi fiel ao SENHOR, seu Deus, como Davi, o seu pai, havia sido.
1Rs 11:5  Salomão adorou Astarote, a deusa de Sidom, e Moloque, o nojento deus de Amom.
1Rs 11:6  Ele pecou contra o SENHOR e não foi fiel a ele como Davi, o seu pai, havia sido.”

No reinado de Jeroboão,  esta afastamento foi ampliado

1Rs 12:26-27 Então pensou: “Do jeito que as coisas estão, se o meu povo for a Jerusalém oferecer no Templo sacrifícios ao SENHOR Deus, os corações deles vão cair para o lado de Roboão, rei de Judá, e eles me matarão. ”
1Rs 12:28  Por isso, ele fez dois touros de ouro e disse ao seu povo: —Já chega de ir a Jerusalém para adorar a Deus. Povo de Israel, aqui estão os seus deuses, que tiraram vocês do Egito!”

E no reinado de Acabe, o afastamento virou apostasia, a ponto de deixar o povo em dúvida sobre o Caráter de Deus, sua soberania e seu poder. Dada a introdução de Baal pelos dominantes (Rei e Rainha).
Pois bem, diante deste quadro, imagine como estaria a cabeça do povo, pessoas simples e indoutas. Muitos foram seduzidos pela idolatria de Acabe, e ficaram duvidosos sobre a real soberania de Deus
1Rs 18:20  Então Acabe chamou todos os israelitas e os profetas de Baal para se reunirem no monte Carmelo.
1Rs 18:21  Elias chegou perto do povo e disse: —Até quando vocês vão ficar em dúvida sobre o que vão fazer? Se o SENHOR é Deus, adorem o SENHOR; mas, se Baal é Deus, adorem Baal! Porém o povo não respondeu nada.

Assim, foi necessário um “remédio amargo”, como diz a lição e demonstrado pela oração de Elias no versículo abaixo.
1Rs 18:37  Responde-me, ó SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, o SENHOR, és Deus e estás trazendo este povo de volta para ti!


2-)  Revelar a divindade verdadeira

Conforme exposto no item anterior, Acabe e Jezabel, trouxeram grande decadência para dentro de Israel. 
1Rs 16:30  Ele pecou contra o SENHOR Deus mais do que qualquer um dos que haviam sido reis antes dele.
1Rs 16:31  Não se contentando em pecar como o rei Jeroboão, Acabe fez pior e casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei de Sidom, e adorou o deus Baal.
1Rs 16:32  Acabe construiu um templo para Baal em Samaria, fez para ele um altar e o colocou no templo.
1Rs 16:33  Levantou também um poste-ídolo e assim fez mais coisas para deixar o SENHOR Deus irado do que todos os reis de Israel haviam feito antes dele.
Com a adoração a Baal (Deus do trovão, raio, fertilidade), o povo entendia que ele tinha domínio sobre os fenômenos da natureza.
Assim, após o longo período de sofrimento do povo, dada a seca que aconteceu por 3,5 anos. Todos estavam preparados para entenderem a autenticidade de Deus.
1Rs 18:1  Algum tempo depois, no terceiro ano da seca, o SENHOR Deus disse a Elias: —Vá apresentar-se ao rei Acabe, pois eu vou mandar chover.
1Rs 18:2  Então Elias saiu para se apresentar a Acabe. A falta de alimentos era muito grande em Samaria,
1Rs 18:21  Elias chegou perto do povo e disse: —Até quando vocês vão ficar em dúvida sobre o que vão fazer? Se o SENHOR é Deus, adorem o SENHOR; mas, se Baal é Deus, adorem Baal! Porém o povo não respondeu nada.
1Rs 18:39  Quando viram isso, os israelitas se ajoelharam, encostaram o rosto no chão e gritaram: —O SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!
                                                                                                         

II- Os Efeitos da Seca


1.    Escassez e Fome

A seca foi tão severa que até os animais do rei corriam risco de vida, podemos claramente ver nesta história que o pecado traz suas consequências,
1Rs 18:1  Algum tempo depois, no terceiro ano da seca, o SENHOR Deus disse a Elias: —Vá apresentar-se ao rei Acabe, pois eu vou mandar chover.
1Rs 18:2  Então Elias saiu para se apresentar a Acabe. A falta de alimentos era muito grande em Samaria,
1Rs 18:5  Acabe disse a Obadias: —Vamos dar uma olhada em todas as fontes e em todos os leitos dos riachos da nossa terra a fim de ver se achamos capim suficiente para conservar vivos os cavalos e as mulas. Pois pode ser que a gente não tenha de matar os nossos animais.

Portanto precisamos andar prudentemente , sem perder tempo, uma vez que as consequências do pecado consomem tempo e energia preciosos.
Efs 5:15  Portanto, vede diligentemente como andais, não como néscios, mas como sábios (ARC)

 

2.Endurecimento ou arrependimento

No texto a seguir…  Prv 29:1  Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura (ARC)
Vemos que quem quiser endurecer-se diante de Deus, será quebrado irremediavelmente,  aprendamos esta lição enquanto estamos vivos.
Sabemos que Deus repreende a quem Ele ama, contudo a reação à sua repreensão é opcional, podemos nos arrepender do erro,  voltar atrás e recebermos  a graça dEle, ou podemos nos rebelar e confrontar o Criador e agindo assim irmos de encontro com a autodestruiçao, por isso  Tiago Diz em Tgo 4:6 “ Todavia, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes” (ARC)
Deus sempre prefere que o ímpio se arrependa, assim queria que Acabe se arrependesse  Eze 33:11  Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis, ó casa de Israel? (ARC)   
Contudo, Acabe e Jezabel não se dobraram, mas acusaram Elias de criador de problemas , 1Rs 18:17  Quando viu o profeta, Acabe disse: —Então é você que está aí, você, o maior criador de problemas de Israel!
O povo por sua vez, era desprovido de orgulho (como era o caso do Rei e sua Mulher),  assim foi mais fácil a eles se dobrarem diante da evidência da autêntica soberania do nosso Deus.
1Rs 18:39  Quando viram isso, os israelitas se ajoelharam, encostaram o rosto no chão e gritaram: —O SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!

 



 


III – A Provisão Divina na Seca

1.   Provisão Pessoal

 Deus não estava fazendo um show pirotécnico com motivos vazios, a seca era necessária. Contudo, apesar da crise instalada, Deus cuidou de Elias, dando-lhe toda a provisão em todo o tempo, fazendo uso da natureza (água do riacho) e até mesmo de ações sobrenaturais (corvos levando pão e carne para alimentar um homem), conforme podemos ver por esta ilustração dos Corvos…  http://www.youtube.com/watch?v=xC29XshrL60

2.   Provisão Coletiva

Caso Explícito :
Obadias, servo do Rei e homem temente a Deus, escondeu em uma cova e sustou 100 profetas com pão e água. Deus opera de várias formas.
1Rs 18:3  e por isso Acabe mandou chamar Obadias, o administrador do palácio. ( Obadias era um fiel adorador do SENHOR Deus
1Rs 18:4  e, quando Jezabel estava matando os profetas do SENHOR, Obadias escondeu cem profetas em dois grupos de cinqüenta em cavernas e providenciou comida e água para eles. )

Caso Implícito:
De alguma forma, seja com corvos, seja com homens fiéis, seja  de outra forma, Deus sempre cuida do seu povo. Não sabemos como ele cuidou dos outros  7mil fiéis, mas Ele soberanamente o fez.
1Rs 19:18  Mas eu deixarei sete mil pessoas vivas em Israel, isto é, todos aqueles que não adoraram o deus Baal e não beijaram a sua imagem.







IV – AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA

1.   A Majestade divina

O Deus de Israel, é quem envia a chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45); ele também poderia facilmente retê-la. Se prestarmos atenção aos detalhes dessa passagem (1 Rs 17), descobriremos que três dos principais atributos de Deus são revelados na narrativa da predição da grande seca sobre Israel. Analisemos:
• O Deus Onipotente. A crença cananeia dizia que Baal era o deus que controlava a natureza, inclusive as estações e as plantações. Baal e Aserá eram deidades da natureza, suspeitos de controlar as chuvas e a fertilidade da terra. Ao anunciar uma estiagem no nome do Senhor, Elias demonstrou conclusivamente que Yahweh, e não Baal, é Supremo. O Senhor demonstrou total controle sobre os fenômenos naturais (1 Rs 17.1; Mc 14.36);
• O Deus Onisciente. A profecia de Elias demonstra essa visão sobre Deus, pois o profeta previu que por um espaço de três anos e meio não choveria sobre Israel (1 Rs 17.1; Tg 5.17). Como o profeta saberia que a chuva voltaria somente após três anos e meio? Deus o havia revelado porque somente Ele conhece o futuro. Vimos Deus Onisciente, quando demonstrou a sua capacidade para conhecer o futuro;
• O Deus Onipresente. Deus pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Para a teologia cristã isso é confortador, pois jamais estaremos a sós. Deus mostrou a sua Onipresença durante esses fatos. “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1).

2.   O Pecado tem seu custo

Elias confronta o Rei, não com orgulho, mas com veracidade factual, de que os problemas que ele (rei e povo) estavam sofrendo eram advindas de suas má decisão de abandonar a Deus  1Rs 18:18  —Eu não sou criador de problemas para o povo de Israel! —respondeu Elias. —Você e o seu pai é que são criadores de problemas, pois abandonaram os mandamentos do SENHOR Deus e adoraram as imagens de Baal.

Conclusões

1-) Deus é soberano e não há nada além dEle onde podemos colocar nossa confiança.
2-) Deus não pune por capricho, mas age nos mostrando evidências do seu poder, nos fazendo entender que as impressões de segurança que podemos ter de coisas temporais, é idolatria, que invariavelmente nasce de nossa ignorância.