sábado, 21 de junho de 2014

Quem vê cara não vê coração

Samuel Cap 16.7, que diz :

"Mas o SENHOR disse: Não se impressione com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o ejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração."

Em 2004 assisti um interessante filme chamado Quase Deuses, 
 
Sinopse do Filme “O filme Quase Deuses narra a história real de Vivien Thomas (1910-1985), um afro-americano e do Dr. Alfred Blalock (1899 – 1964) de forma marcante. Duas pessoas totalmente diferentes em níveis de classes sociais e cor.
O foco deste filme é a narrativa da Segregação Racial. Nos EUA daquela época, os negros eram discriminados, separados como raça inferior, vivendo numa liberdade escravizada, tratados como escória, marginalizados em tudo, onde não podiam freqüentar ambientes destinados à elite branca, até mesmo dentro das instituições públicas.
Vivien Thomas era um jovem carpinteiro da cidade de Nashville no ano de 1930. Ele é demitido quando chega a Grande Depressão, pois estavam dando preferência para quem tinha uma família para sustentar.
Ele consegue um emprego para ser zelador no Laboratório de Cirurgias Experimentais Vanderbilt. Lá ele começa trabalhar para o Dr. Alfred que logo vê nele mais que um simples homem negro, mas uma pessoa de grande talento e de fácil aprendizagem. Infelizmente a Depressão o atinge duplamente, pois sumiram as economias de 7 anos, que ele guardou com sacrifício para fazer a faculdade de medicina, pois o banco faliu.
Ao lado do grande Dr. Alfred, Vivien tem a chance aprender muitas coisas. Pesquisas e experimentos são realizados pelos dois trazendo grandes resultados.
A história avança e por volta do ano de 1945 o Dr. Alfred Blalock se torna o novo presidente e chefe do departamento de cirurgias do Hospital Universitário John Hopkins. É claro que Vivien vai junto com o Dr. Alfred para o auxiliá-lo nos laboratórios. Logo o Dr. Alfred assume a missão de pesquisar uma solução para uma doença conhecida como o caso do Bebê Azul, manifestada por um problema cardíaco. Muitas pessoas vêem com olhos torcidos a presença de Vivien no laboratório pois alem de ser negro, ele nunca havia estudado medicina.
Muitos na Universidade tentem dissuadir o Dr. Alfred a esquecer o caso, mas ele se mantém firmes nas pesquisas junto a Vivien. Finalmente eles encontram uma possível solução por meio de uma intervenção cirúrgica (fato que não era visto com bons olhos, pois até então se acreditava que o coração não poderia ser operado).
Juntos eles mudaram o rumo da medicina. Juntos eles desenvolveram um grande feito. Mas a critica do filme gira em torno do fato de que apenas o Dr. Alfred ficou com os créditos. Para o resto da sociedade Vivien Thomas não era médico. Ele não era ninguém. Ele era invisível.
Vivien deixa o Laboratório, mas não consegue esquecê-lo. Ele pede para retornar ao Hospital. O Dr. Alfred continua com suas pesquisas e Vivien consegue de certa forma seu reconhecimento. Os anos passam e ele se torna o Diretor de Laboratórios do Hospital.
No epílogo, fica clara a mensagem subentendida do filme, quando o sonho de Vivien se torna realidade, recebendo o título de Doutor Honoris Causa. Também se realiza o “eu tenho um sonho” de Martin Luther King (1929-1968), ativista contra o preconceito e a segregação racial.
O Dr. Vivien Thomas, nunca cursou o curso de medicina, mas ainda sim, com sua determinação ele mudou o rumo das pesquisas em torno no coração e chefiou e ensinou diversos médicos nos processos das cirurgias cardíacas merecendo assim esse reconhecimento.
Só nos Estados Unidos hoje é realizada 1.750.000 cirurgias cardíacas por ano graças ao que esses dois homens fizeram em vida.”

Este filme, que trata de uma história verídica, nos apresenta Vivien, que teria todos os motivos externos para considerar-se incapaz de realizar o trabalho, atender seu chamado vocacional e ser um médico respeitável.

No texto que lemos, o profeta Samuel está na iminência de indicar o homem que Deus havia escolhido para assumir o trono de Israel, durante o processo de análise, o parâmetro que Samuel tinha era pela impressão externa que via, nos filhos de Jessé.

Dentre os prováveis candidatos, Deus havia selecionado o pequeno Davi, que nem constava da lista de seu pai.

Cada um de nós muitas vezes somos levados a fazer nossas escolhas de pessoas para as várias atividades profissionais, de amizade e também para os cargos de nossa igreja.

Como humanos, vemos a aparência, que na ótica de Deus, pode ser insignificante. Em termos práticos se uma pessoa aparenta ou não aparenta externamente condição para a realização de uma atividade, isso aos olhos do nosso Deus não conta como fator positivo nem como fator negativo.

Não é uma vantagem, nem uma desvantagem, pois na balança do nosso Deus o peso que tem valor é o que está dentro do coração.

No livro de Tiago, encontramos uma crítica feita aos irmãos Judeus-Cristãos que estavam espalhados pelo mundo de então, pois eles ao fazer seu julgamento iniciam, levavam em consideração, a aparência exterta.

O que significa isso ?

Escolheremos então os de aparência mais humilde e desprezaremos os que tem nobre aparência.

De maneira nenhuma.

Faremos como nosso Deus, o pai das luzes, e procuraremos usar como critério, a análise feita pelo Dr.Alfred, ao contemplar o trabalho do Dr.Vivien, que considerou a capacidade e não a aparência.

Não sejamos como a igreja que recebeu a carta de Tiago, quando disse no cap.2 :

1 Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,
3 E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,
4 Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?

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REinaldo Santos
reinaldobarueri@gmail.com